Mãe de dois filhos. Um de sete e a outra de três anos. Conciliava a maternidade com a atuação como promotora auxiliar da Capital, quando ficou viúva. A promotora de Justiça Norma Maria Peixoto Santos é exemplo de dedicação e resiliência na maternidade para mulheres que atuam no âmbito do Ministério Público da Paraíba (MPPB). Perdeu seu marido, de maneira prematura, com apenas 39 anos, deixando a herança afetiva e insubstituível de dois lindos filhos, fruto do amor que viveram juntos.
“Foi um processo bem doloroso e difícil, porque a minha viuvez foi muito precoce. Se já não é fácil conciliar a maternidade com o trabalho em condições normais, imagine vivenciando o luto. Isso exigiu de mim uma força e um equilíbrio que eu não achei que tivesse. Meu filho mais velho hoje está com 19 anos e a mais nova com 15, não foi fácil”, explica a promotora, que hoje atua na Promotoria de Justiça de Campina Grande.
Apesar do maior desafio que Norma vivenciou há quase 11 anos atrás, ainda hoje precisa se desdobrar para conseguir abarcar todas atribuições profissionais, sem deixar de lado a principal delas, que é ser mãe de Paulo Germano e Júlia. “A organização do tempo ainda é o maior desafio da mulher que trabalha. Ter que conciliar a maternidade e os compromissos de trabalho, em jornadas muito longas e cansativas. Mas o amor que uma mãe sente por um filho, é a força motriz que me move a superar os desafios diários na criação e educação. É este amor que continua sendo a minha prioridade, independente da idade, de já estarem mais crescidos”, reiterou.
No MP, muitas são as histórias de promotoras, mães, que precisaram com o decorrer do tempo não apenas se reinventar na profissão, mas serem firmes para exercer o sacerdócio da maternidade. Também é o caso da promotora Cláudia Cabral, que foi mãe na adolescência, aos 16 anos, quando cursava o 3º ano do Ensino Médio e justamente no ano em que faria o vestibular. Teve sua primeira filha, Camila e, 11 meses depois, seu filho Daniel. Ela conta que foi justamente a maternidade que a incentivou a se dedicar aos estudos.
“Com a chegada da primeira filha me motivei a estudar e aos 16 anos, passei para o curso de Direito na Unipê. Já com os dois filhos e com todas as dificuldades e medos que ser mãe na adolescência gera. Mesmo assim, consegui me formar aos 22 anos. Hoje tenho consciência que, a maternidade na fase da vida em que eu estava, foi o maior desafio que já vivenciei. Afinal, éramos três que precisávamos crescer juntos, mas toda incerteza desse turbilhão de emoções e dessa elevada responsabilidade ao invés de me paralisar, me motivaram a estudar cada vez mais, porque eu sabia que através do meu estudo iria adquirir a minha realização profissional e também a minha independência financeira que tanto precisava. Para cada frase que eu ouvia naquela época de pessoas que diziam ‘coitada, acabou a vida dela, tão nova…’, me fazia querer ir ainda mais longe”, relata emocionada.
Com a ajuda da família, durante dois anos, Cláudia Cabral se isolou da vida social para se dedicar aos estudos e conquistar a tão almejada aprovação no concurso do MPPB. Com apenas 24 anos alcançou seu objetivo. “Segui minha vida profissional realizada e, quando menos esperava, me veio um novo desafio: engravidei do meu terceiro filho, Rafael, que chegou para completar a alegria e me fazer recomeçar. Me motivou a sair da zona de conforto ao qual me encontrava, com os filhos mais velhos já com 20 e 19 anos, ou seja, já adultos, fazendo faculdade. Rafa trouxe a maternidade sossegada, sem tantos sobressaltos, sem tantos medos, mas com os mesmos desafios impostos a todas nós, mulheres, que precisamos conciliar a maternidade com a profissão. Hoje Rafael tem 10 anos e acredito que me trouxe o renovo. Sigo desempenhando minha missão que amo e sempre lembrando como esse projeto de vida começou. Foi por eles três que cheguei aonde cheguei e é por eles que luto incansavelmente por dias ainda melhores e por uma sociedade justa”, reforçou.
A Associação Paraibana do Ministério Público (APMP) parabeniza todas as mães, membras do MPPB, pela data, e reforça o empenho para garantir uma realidade cada vez mais equânime na esfera do Ministério Público paraibano para as mulheres. Também estende os parabéns a todas as esposas dos associados que também exercem a maternidade e às mães de associados e associadas.